Criação comercial da ave pode gerar renda com a comercialização de carnes, plumas, ovos e até esterco
POR JOÃO MATHIAS | CONSULTORA MARIA VIRGINIA F. DA SILVA
Embora há muito tempo já seja criado em cativeiro, o faisão pertence ao grupo dos animais que fornecem as chamadas carnes de caça, de paladar diferenciado e preço mais elevado. Branca, leve e saborosa, a carne da ave esteve por muitos anos restrita a cardárpios de restaurantes sofisticados e açougues especializados.
O status de produto nobre ainda se mantém, mas hoje já pode ser pedida em churrascarias, indicando que, aos poucos, seu consumo se populariza.
A carne, no entanto, não é o único produto comercial que pode ser obtido em uma criação de faisões: as plumas de coloração exuberante, os ovos nutritivos da espécie e até o esterco, utilizado como fertilizante agrícola, são outros potenciais geradores de renda. Os ovos da ave não ocupam ainda muito espaço na mesa dos brasileiros; contudo, com preços bem mais altos que os de galinhas, podem compensar na hora da comercialização. Há faisões, como o dourado, cujos ovos chegam a valer R$ 30 a dúzia.
A plumagem das diversas variedades da ave, de cores vivas e contrastantes, têm grande interesse para a ornamentação de chácaras e fazendas, assim como para parques e jardins públicos. Também há demanda para as penas, utilizadas na composição de fantasias e adereços, principalmente para desfiles e bailes no período do Carnaval.
A criação de faisão adapta-se bem a áreas pequenas, como viveiros em sítios e em quintais de residências. As instalações necessárias são simples e podem ser feitas de materiais rústicos ou já existentes na propriedade.
A plumagem das diversas variedades da ave, de cores vivas e contrastantes, têm grande interesse para a ornamentação de chácaras e fazendas, assim como para parques e jardins públicos. Também há demanda para as penas, utilizadas na composição de fantasias e adereços, principalmente para desfiles e bailes no período do Carnaval.
A criação de faisão adapta-se bem a áreas pequenas, como viveiros em sítios e em quintais de residências. As instalações necessárias são simples e podem ser feitas de materiais rústicos ou já existentes na propriedade.Os filhotes, em geral, nascem em chocadeira ou tendo galinhas como amas, já que as faisoas criadas em cativeiro não são boas mães
A ave não é exigente para se alimentar nem requer muitos cuidados veterinários. Embora tenha manejo fácil, o faisão passa por uma fase delicada nos primeiros meses de vida. Quando filhote, apresenta-se agressivo e tem hábito de canibalismo sob estresse. Na idade adulta, a ave é mais calma, porém, é bom manter apenas um macho por viveiro, para que não haja brigas na disputa por fêmeas.
RAIO X
>>> CUSTO: R$ 150 é o preço médio da ave
>>> CRIAÇÃO MÍNIMA: um macho e uma fêmea
>>> RETORNO: de um a dois anos
>>> REPRODUÇÃO: fêmeas de algumas variedades põem até 100 ovos por ano
MÃOS À OBRA
>>> INÍCIO Com mais de 100 variedades de faisão no mercado brasileiro, o criador tem um extenso leque de opções para escolher. Há alternativas mais indicadas para ornamentação –como lady, dourado, canário, nepal, prateado e swinhoe –e outras para corte –como coleira, versicolor, jumbo white e buff. É mais fácil conseguir abatimento nos preços dos exemplares entre fevereiro e abril, período em que a ave troca as penas.
>>> AMBIENTE A ave vive bem em regiões de clima quente. Também é indicado que o viveiro seja instalado em local tranquilo. A movimentação excessiva de pessoas e carros e a proximidade a atividades mais agitadas deixam o faisão estressado e podem prejudicar seu desenvolvimento.
>>> INSTALAÇÕES O criador pode usar sobras como sarrafos de madeira, tela de arame e telhas para baratear a construção do viveiro. O espaço para acomodar cada faisão pode variar de 1,5 metro x 2 metros a 2 metros x 3 metros por faisão, o suficiente para movimentar a longa cauda e evitar que as aves fiquem muito próximas a ponto de se irritarem.
>>> CUIDADOS Rústico e resistente, o faisão não exige muitos cuidados. Mas, como tem o hábito de ciscar, recomenda-se a aplicação de vermífugo duas vezes por ano. Pode-se administrar uma dose em fevereiro, antes que ocorra a troca de penas, e outra em julho, antes da época de postura. O próprio criador pode diluir o medicamento na água ou misturar na ração para dar ao animal. A programação de vacinas segue a mesma tabela das galinhas.
>>> ALIMENTAÇÃO A ave pode receber ração indicada para galinhas ou codornas, que pode ser comprada em lojas de produtos agropecuários. Diariamente, forneça três refeições, incluindo frutas e hortaliças, como complemento alimentício –evite a alface, que, por conter muita água, pode provocar diarreia na ave.
>>> REPRODUÇÃO O acasalamento pode ocorrer a partir do primeiro ou segundo ano de vida, dependendo da variedade, e concentra-se de agosto a janeiro. Poucos meses antes desse período, deixe um macho por viveiro para impedir brigas entre os reprodutores na formação de casais. É possível identificar os sexos desde o terceiro mês de vida.
>>> CHOCADEIRA A criação de faisão necessita de uma chocadeira para manter os ovos aquecidos da postura à eclosão. As fêmeas não são boas mães, apresentando dificuldade para chocar quando criadas em viveiros. Como opção para a compra do equipamento, cujo preço pode superar R$ 800, a galinha caipira e a garnizé podem ser utilizadas como amas. Depois da eclosão dos ovos, transfira os filhotes para criadeiras com aquecimento até iniciar o crescimento das penas, o que leva de 40 a 60 dias.
*Maria Virgínia F. da Silva, da Associação Brasileira de Criadores de Aves de Raça Pura (ABC Aves), Rua Ferrucio Dupré, 68, CEP 04776-180, São Paulo (SP), tel. (11) 5667-3495, http://abcaves.com.br
Onde adquirir: com os criadores João Germano, tel. (11) 3851-3294; e Melita Buss, tel. (11) 4178-5910
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